Ego, Persona e as Máscaras

Silvio g
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O teatro oculto onde moldamos o destino através da forma que escolhemos habitar.


A arte secreta de ser alguém.

Desde as antigas escolas de mistérios até às práticas modernas de psicologia profunda, existe uma verdade silenciosa: ninguém vive sem máscaras.

Não como engano, mas como ferramentas.

Como feitiços identitários.

A forma como nos definimos — e como permitimos ser definidos — funciona como um acto mágico que altera o campo energético e o rumo da vida.


Ego: o guardião da forma.

No esoterismo, o ego não é visto como inimigo, mas como o selo que mantém a encarnação coesa.

É o “nome” que damos a nós mesmos dentro deste corpo.

É o ponto onde a consciência infinita aceita limites para operar no mundo.

Um ego equilibrado é um talismã.

Um ego distorcido torna-se um labirinto.


A Persona: a máscara que mostramos ao mundo.

Jung chamou-lhe persona, mas tradições antigas já conheciam o conceito: no Egito, no vodu, nas escolas herméticas.

A persona é a máscara social — o papel que desempenhamos na tribo.

É necessária para navegar o mundo, mas perigosa quando acreditamos que somos apenas isso.

A persona é o nosso primeiro “glamour” mágico:

– modulamos voz,

– postura,

– símbolos,

– presença.


Sem nos apercebermos, projectamos um feitiço contínuo.


As nossas Máscaras Energéticas: aquilo que os outros sentem antes de nos ouvir.

Para além da persona, existe uma camada mais subtil: a vibração identitária.

É a máscara invisível:

— o modo como ocupamos espaço,

— o campo que emitimos,

— a impressão energética que antecede as palavras.

Práticas como kemeticismo, hermetismo, reiki ou magia cerimonial trabalham com esta camada directamente.

Um ligeiro ajuste na energia pode alterar relações, oportunidades, ataques, protecções — como se mudássemos de destino ao mudar de pele.


As Máscaras Espirituais: os nomes ocultos que carregamos.

Muitos sistemas iniciáticos acreditam que cada pessoa encarna com múltiplas máscaras espirituais:

– arquétipos,

– Neteru,

– Orixás dominantes,

– daemons interiores,

– ancestrais,

– contratos de alma,

– fractais de consciência de outras dimensões.


Cada máscara espiritual é uma força que se expressa através de nós.

Quando alinhada, torna-nos poderosos.

Quando reprimida, cria conflito, sabotagem e fragmentação interna.


O perigo da máscara errada.

A maioria sofre não por excesso de máscaras, mas por usar máscaras incompatíveis:

– viver para agradar,

– desempenhar papéis antigos,

– obedecer à narrativa familiar,

– carregar identidades que já morreram.


Uma máscara inadequada funciona como um feitiço de auto-traição.

Bloqueia caminhos.

Atrai experiências que não nos pertencem.

Rasga a integridade do campo energético.


Escolher a máscara como acto mágico.

O esoterismo ensina que a identidade é maleável.

Podemos trocar máscaras com consciência, como um mago altera sigilos ou como um sacerdote se veste para o ritual.


Isto envolve três passos:

Reconhecer a máscara actual:

— observar o ego sem julgamento.

Dissolver a máscara obsoleta:

— libertar velhas narrativas, votos, papéis herdados.

Invocar a máscara verdadeira:

— aquela que corresponde ao nosso espírito, missão, arquétipo e alma.


Este processo é, na prática, um rito de iniciação interior.

Destino: o palco que responde à máscara.

Antigos ocultistas ensinavam que o destino não responde à “verdade interior”, mas sim à máscara que projectamos com convicção.

A identidade é um encantamento.

Mudando-a, as linhas do tempo reorganizam-se.


Quando adoptamos uma nova máscara:

– relações mudam,

– oportunidades surgem,

– inimigos desaparecem,

– portas fecham,

– outras abrem.


Tal como na magia, o mundo responde à intenção firmada em forma.


Conclusão — Tornar-se quem se é:

A magia da identidade não é sobre engano. É sobre revelação.

Sobre alinhar a máscara externa com o templo interno.

Quando a personalidade e a essência se tornam uma só vibração, deixamos de actuar — e começamos a existir.

Nesse instante, a máscara torna-se um espelho.

E o destino reconhece-nos.


Silvio Guerrinha

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