Gnose significa
conhecimento (em grego γνῶσις), o termo gignósko
significa conhecer.
O Gnosticismo é bem amplo e complexo portanto não pode
descrever-se de forma simples, é uma corrente filosófica e religiosa e vem
desde o tempo do Gnosticismo cristão, quase uma versão cósmica do cristianismo
e uma reinterpretação dos seus termos numa visão que sincretiza tradições e
transforma eventos e elementos em símbolos de significação oculta. Podemos
interpretar gnose como conhecimento
esotérico.
As origens do
Gnosticismo, na verdade, remontam às épocas anteriores ao próprio Cristianismo,
que floresciam na Babilònia, no Egito, na Síria e na Grécia.
O gnosticismo relacionava-se
com ensinamentos esotéricos da cultura grega e helenística, conduzindo os seus
iniciados por um percurso baseado no conhecimento de certas verdades ocultas sobre
o Universo, Deus e o homem.
Na atualidade temos movimentos
mais modernos como o neoGnosticismo ou o cibergnosticismo.
O Gnosticismo acreditava na
existência de um deus criador distinto ou demiurgo,
que é uma ilusão e depois emanação a partir do único mónada ou fonte. Este
segundo deus é um deus menor, inferior ou falso. Esse deus criador é comumente
referido como o demiourgós. O
movimento atual mais moderno (neoGnosticismo) incorpora esse conceito de demiurgo em teorias como o
simulacionismo, Matrix, realidade
holográfica, Demiurgo seria um “programador” desta realidade ilusória (Matrix),
a trilogia Matrix também se inspirou muito na Gnose. Existem ainda entidades
(observadores, ou anjos caídos) que observam e controlam a humanidade, os Arcontes (archonts).
Um dos mais conhecidos
autores no Gnosticismo, com mais de 60 obras publicadas, foi Samael Aun Weor.
Cada autor defende a sua
própria versão sobre o neoGnosticismo, portanto existem diferentes descrições.
Eu interpreto o neoGnosticismo não apenas como um ressurgimento moderno da
Gnose (do séc. 19, com autores como Aleister Crowley, Samael Weor) mas também
como o sincretismo entre esoterismo new Age e gnose aliado às novas
tecnologias.
Na internet milhões de pessoas partilham conhecimento, absorvem
conhecimento e instruem-se, à semelhança do ciberxamanismo existe a ciberGnose
e neoGnose. Outro termo frequentemente utilizado é tecnoGnosis.
Sendo o termo Techgnosis cunhado
por Erik Davis, em 1994, num artigo e como título de um livro seu
"Techgnosis- Myth, Magic, and Mysticism in the Age of Information".
Algumas crenças no
Gnosticismo:
Jesus, mensageiro divino,
no seu percurso de vida teria aprendido conhecimentos esotéricos junto dos
Essénios, também foi iniciado em conhecimentos esotéricos no Egipto.
O mundo não é o que
parece, para que o mal esteja nele escondido; existe um véu de ilusão que o
obscurece e ao deus demente (demiurgo).
Neste ponto assemelha-se ao hinduísmo que refere Maya como ilusão.
Existe outro reino divino
melhor que este, e todos os nossos esforços devem estar orientados para
retornar a ele, trazendo-o aqui.
O ser humano é um composto:
o aspeto exterior é obra das criaturas inferiores, enquanto o aspeto interior é
o da partícula de luz que decaiu da unidade divina original.
O Vaticano (que se crê
igreja oficial e única do cristianismo) critica fortemente o gnosticismo,
obviamente porque se as pessoas adquirirem conhecimento e independência
espiritual deixam de procurar a igreja (ocorre perda de receitas e fiéis).
Por isso nunca
reconheceram os evangelhos apócrifos (textos gnósticos escritos antes do
cristianismo, alguns anónimos). O termo apócrifos deriva do grego ἀπόκρυφα (coisas
ocultas). Os códices de Nag Hammadi são bastante conhecidos, são uma coleção de
doze códices escritos em papiro, descobertos em 1945 no Egipto junto à aldeia
de Quenoboskion, a 10 km de Nag
Hammadi. Estão atualmente conservados no museu Copto do Cairo.
Um indivíduo que conhece
a sua própria essência divina, que comunica internamente com o seu Eu-superior e com a divindade, torna-se
a sua própria luz, não é facilmente controlável por uma religião, é isso que as
religiões temem.
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