Quem convive com animais de estimação já terá, provavelmente, testemunhado um momento estranho: o cão que rosna para o "nada", o gato que fixa intensamente um canto da sala onde não há movimento algum. Estarão apenas distraídos… ou estarão a ver algo que nós não conseguimos?
Este tipo de comportamento levanta uma questão fascinante: será que os animais conseguem ver ou sentir presenças espirituais, como fantasmas?
Sexto sentido:
Os nossos fiéis companheiros possuem sentidos bastante mais apurados do que os nossos. A ciência confirma: os cães ouvem frequências entre os 15.000 e os 40.000 hertz, e os gatos ainda mais — até 65.000 hertz. Para comparação, o ouvido humano capta apenas entre 20 e 20.000 hertz. Isto significa que muitos sons “silenciosos” para nós são, na verdade, perfeitamente audíveis para eles.
Mas não é só na audição que os animais nos superam. Um estudo da City University London, publicado pela Live Science em 2014, sugere que cães, gatos e outros animais conseguem ver espectros de luz invisíveis ao olho humano — como a luz ultravioleta. Esta capacidade pode explicar porque reagem a estímulos aparentemente invisíveis.
Espíritos ou memória repetitiva?
Imagine o seguinte cenário: o seu animal de estimação pára frequentemente junto a uma poltrona específica, aquela onde costumava sentar-se um ente querido já falecido. Será apenas um comportamento repetido por hábito, ou poderá haver algo mais?
É aqui que entra o debate esotérico. Muitos acreditam que os animais têm um "sexto sentido", uma abertura natural ao invisível, livre dos bloqueios culturais e racionais que moldam a mente humana. Para eles, sentir a presença de algo — ou de alguém — que já partiu pode ser tão natural como para nós é acender uma luz num quarto escuro.
Intuição ou Conexão Espiritual?
Ao contrário dos humanos, os animais não descartam instintivamente as percepções subtis como imaginação. Eles vivem no presente, com os sentidos despertos e sem filtros conceptuais. Isto torna-os, segundo muitas tradições espirituais, verdadeiros “sentinelas” entre mundos.
Talvez nunca venhamos a saber com certeza se os nossos animais de estimação vêem mesmo fantasmas. Mas talvez não precisemos de provas. Talvez baste observar com o coração aberto — e prestar atenção àquilo que eles já estão a tentar mostrar-nos.
Silvio Guerrinha