Em Portugal esteve o médico cirurgião espanhol Dr. Manuel Segarra, a apresentar o seu livro "A Supraconsciência Existe - Vida depois da Vida". No livro relatava vários casos que assistiu de "Experiência Quase-Morte" em que pacientes viram tudo o que se passava no bloco operatório quando estavam clinicamente mortos.
Manuel Sans Segarra é médico, especialista em cirurgia geral, com um foco particular em cirurgia oncológica.
A TVI/CNN entrevistaram-no e após o telejornal vão passar parte dessa entrevista, em três dias seguidos.
Manuel Sans Segarra acredita que um dia todos seremos capazes de entrar em contacto com a nossa supraconsciência. Nessa altura, todos teremos a capacidade de sermos bons e “a Terra será o Céu”. “Não haverá maldade nem desigualdades”, assegura.
Criado no cristianismo, o Dr. Manuel Segarra desligou-se da religião, mas ficaram os valores que os pais lhe “inculcaram” e pelo quais lhe é “grato”: “bondade, empatia, ajudar as pessoas, não roubar, ser uma boa pessoa”. O que abandonou, explica, foram os “dogmas”. E explica que entrar em contacto com a supraconsciência é “encontrar Deus dentro de cada um de nós”.
Como se pode provar cientificamente que existe vida depois da morte? Parecem duas coisas antagónicas: a ciência e essa dimensão espiritual…
Esta tem sido precisamente a minha investigação desde que comecei a estudar as experiências de quase morte. Procurar uma justificação científica e objectiva, sem contar de todo com aspetos religiosos ou com aspetos metafísicos. Ou seja, com o método científico cartesiano e newtoniano, que é o método que estuda o mundo macroscópico, o mundo objectivo e o mundo real. Esse era o meu objectivo, demonstrar que existe vida após a morte física, mas com métodos científicos.
Ao estudá-lo, deparei-me com várias manifestações da nossa identidade autêntica. Aquilo a que chamo de supraconsciência. O que nos permite estudá-la melhor são as experiências de quase morte, porque são muito bem definidas, são longas, o doente relata o que viveu, ou seja, há uma série de factores que favorecem o seu estudo objectivamente.
E que provas objectivas encontrou?
Ao estudar as experiências de quase morte, vi que há dois aspectos fundamentais. Existem provas objectivas reais.
Por exemplo?
Eles podem descrever exatamente o que está a acontecer quando estou a reanimá-los, numa altura em que estão clinicamente mortos, à distância que quiser. E você pode verificar exactamente o que eles estão a descrever que está a acontecer a quilómetros de distância, nas antípodas, na Austrália, e está aqui, certificando-se de que é exactamente o que está a acontecer quando o seu corpo está morto e estamos a reanimá-lo.
Os meus pacientes descreveram-me tudo o que estava a acontecer no serviço de urgências, enquanto os tinha mortos e os estava a tentar reanimar com o desfibrilador, picando-lhes o coração, enquanto fazia massagem cardíaca,.. Depois verifiquei, e posso certificar perante um notário, que tudo o que me contaram é exactamente o que estava a acontecer.
Eles são capazes de nos detalhar, independentemente do espaço e do tempo, no mesmo momento em que ocorre, a informação do que está a acontecer com todo o tipo de pormenores, o que demonstra claramente que eles viram, não inventaram.
Mais provas objectivas: descobrem-se coisas que vêm durante a experiência de quase morte, que impactam diretamente na sua vida e que não sabiam, que era impossível saberem. Descobrem, por exemplo, que são pessoas adoptadas, descobrem familiares que nem sabiam que tinham, que os viram durante a experiência de quase morte e depois verificam, biologicamente, que são irmãos e familiares.
Outra coisa fundamental é estamos a fazer ressonâncias magnéticas funcionais a pacientes que tiveram uma experiência de quase morte e nos contam toda a experiência enquanto a ressonância magnética é feita. Repare: quando viram um objecto durante a experiência de quase morte, que nunca tinham visto antes, nem voltaram a ver, que estava a uma distância enorme de onde ele estava morto, e comentam isso, o lobo occipital é ativado.
Isso reflecte-se na ressonância magnética?
Enquanto estão a fazer a ressonância magnética e depois contam a sua experiência de quase morte e falam de um objecto que motivou o seu interesse, que viram apenas durante a experiência de quase morte e que estava muito longe, não onde estava o seu corpo morto. O lobo occipital é activado. É no lobo occipital que o ser humano interpreta as imagens.
Então pergunto ao neurologista: porque é que o lobo occipital é ativado? Sabe qual é a resposta? Ele diz: pode ter a certeza de que este doente viu este objecto. Eu digo-lhe: ele só viu este objecto durante a experiência de quase morte. O seu corpo estava numa maca, morto e nunca o tinha visto, nem antes nem depois. Ele diz: “Então, pode ter a certeza de que ele viu”.
E conseguimos explicar cientificamente porque é que isso acontece?
Existem neurónios no nosso cérebro chamados neurónios-espelho, responsáveis pela memória. Quando você vê um objecto que lhe interessa, esses neurónios ficam impregnados com a imagem. E lembra-se dela, pode descrevê-la mais tarde, sem a ver. E quando a vê diz: “Olha, é a que eu vi”. Tem memória. Então, o doente tinha memória desse objecto que só viu durante a experiência de quase morte. Por isso o lobo occipital activou-se durante a ressonância magnética ao descrevê-lo, porque houve uma interferência com a memória.
O neurologista, que não acreditava nisso, dizia-me que eram alucinações. Quando viu essa ressonância magnética, disse que pode garantir que a experiência de quase morte é verdadeira. Não é um sonho nem uma alucinação. Este doente realmente viu este objecto, com o qual teve contacto apenas durante a experiência de quase morte.
Portanto, algo dele saiu do seu corpo, foi para uma distância muito longa, viu esse objecto e condicionou a memória.
Mesmo assim, são experiências de quase morte. Não são experiências pós-morte. Nunca ninguém veio de outro mundo. Ou essas pessoas voltaram realmente do outro mundo?
São experiências de uma pessoa que está clinicamente morta. Está morta e isso é comprovado com um electrocardiograma plano, um electroencefalograma plano a partir dos 10 ou 15 segundos. Não tem actividade cerebral. Não tem actividade cardíaca. Não respira. Não tem reflexos. Está morto. E durante esse tempo em que está morto, tem essas experiências.
Não é nem antes nem depois, é durante um tempo em que está morto, em que é impossível ter sensibilidade, ter visão, ter todos os factores que permitem ao ser humano relacionar-se com o exterior.
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Sílvio Guerrinha - Comentário:
Estudo e escrevo sobre estes temas há anos, é sempre bom que mais alguém da comunidade científica (neste caso um médico) divulgue estes temas, é bom para apresentar mais evidências e pistas sólidas sobre o tema.
Há 168 anos atrás Allan Kardec, nas suas sessões provou que existe vida além da morte, canalizou mensagens do seu guia espiritual resultando nas obras como o "O Livro dos Espíritos" e "O Livro dos Médiuns".
Na àrea científica, recentemente, temos os físicos teóricos da física quântica que nos explicam que a consciência é não-local, não se limita ao corpo, e que o nosso cérebro é holográfico e capta o "sinal" da consciência como uma antena. A consciência está em toda a parte.
Alguns cientistas, como Stuart Hameroff e Roger Penrose, propõem que a consciência pode ter suas raízes nos microtúbulos, estruturas dentro das células cerebrais. Eles sugerem que a consciência pode ser um efeito quântico que ocorre dentro desses microtúbulos, como parte da teoria quântica da consciência.
Stuart Hameroff é um médico anestesiologista e professor na Universidade do Arizona, enquanto Roger Penrose é um físico matemático inglês, professor emérito da Cátedra Rouse Ball de Matemática da Universidade de Oxford.
O termo "supraconsciência" já existia (não foi criado pelo Dr. Manuel Segrra), era utilizado na Gnose para exemplificar o estado de iluminação, desapego do ego e acesso a uma dimensão superior da consciência ordinária, na filosofia supraconsciência pode ser o equivalente ao eu-superior.
Quero ainda, acrescentar que, quando alguém tem essa experiência de Quase-Morte (EQM) o que acontece é que a alma ou consciência sai do corpo (age como uma onda, não-localidade) e isso é idêntico ao desdobramento astral ou projeção astral, que permite à nossa consciência sentir e ver coisas à distância (mesmo a milhares de km).
Quando dormimos, também a nossa consciência sai do corpo, é o desdobramento ou projeção astral. Estas situações por si só, não provam que existe vida depois da morte (isso nós acreditamos com a nossa fé, eu acredito), mas provam que a consciência continua a existir mesmo sem o corpo, e que existe um campo de informação e energia ao nosso redor (o akasha).
Sílvio Guerrinha